segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Socialismo : O ópio dos intelectuais

“O cristão nunca poderá ser um autêntico comunista, do mesmo modo que o comunista não pode crer em Deus ou no Cristo, porque a religião secular, animada por um ateísmo fundamental, declara que o destino do homem cumpre-se todo inteiro nesta terra. O cristão progressista esconde de si mesmo essa incompatibilidade”.

O
ópio dos intelectuais é um livro lançado em 1955 pelo francês Raymond Aron (1905-1983), dedicado ao Marxismo. A edição brasileira foi publicada pela Editora Universidade de Brasília em 1980.
Aron procura em tal livro respostas ao porque o Marxismo regressar "à moda" numa França na qual a evolução económica supostamente teria desmentido as previsões marxistas, do porque as ideologias do proletariado e do Partido supostamente teriam mais sucesso quando a classe trabalhadora é menos numerosa e quais seriam as circunstâncias que comandariam, nos diferentes países, as maneiras de falar, de pensar e de agir dos intelectuais?
Para Aron, nenhuma outra doutrina criou no homem, como o marxismo, uma "ilusão da onipotência". Acreditava que o marxismo havia se tornado uma ideologia e, por isso, considerava-o "o ópio dos intelectuais".
Afirma no livro que “as sociedades ocidentais não têm o equivalente ao marxismo-leninismo, seja como base para o regime, seja como fundamento de uma síntese, ou pseudo-síntese, intelectual”. Ideologia, segundo Aron, era “uma concepção mais ou menos sistemática da realidade política e histórica de mistura de fatos e valores”.
Aron considerava o Comunismo "uma versão aviltada da mensagem cristã". Afirma que o comunismo retém do cristianismo "a ambição de conquistar a natureza, de melhorar a sorte dos humildes". Porém, segundo Aron, o comunismo "sacrifica o que foi e continua sendo a alma da aventura definitiva: a liberdade de pesquisa, a liberdade de controvérsia, a liberdade de crítica e de voto do cidadão. Submete o desenvolvimento da economia a um planejamento rigoroso e a edificação socialista a uma ortodoxia de Estado”.
Ainda sobre a questão cristã, Aron entendia que:
o cristão nunca poderá ser um autêntico comunista, do mesmo modo que o comunista não pode crer em Deus ou no Cristo, porque a religião secular, animada por um ateísmo fundamental, declara que o destino do homem cumpre-se todo inteiro nesta terra. O cristão progressista esconde de si mesmo essa incompatibilidade”.

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